A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT promove uma campanha de volta às aulas e o foco são as mochilas das crianças e adolescentes. Para a entidade, a utilização inadequada é um dos motivos que levam 85% da população a sofrer dor nas costas.
A ação ressalta que o peso da mochila não ultrapasse os 10% do peso do estudante. Os materiais mais pesados precisam ser sempre colocados no centro da mochila, próximo às costas. Os ortopedistas alertam que os pais devem preferir, na hora da compra, as mochilas com alças acolchoadas, reguláveis e firmes. Elas precisam ter uma largura mínima de 4 cm e, preferencialmente, os modelos adquiridos devem ter cinto abdominal que ajudam a equilibrar o peso. As informações da campanha estão disponíveis no site: http://campanhas.portalsbot.org.br/mochila/
O coordenador da campanha da SBOT, Francisco Nogueira, lembra que os ortopedistas não são contra o uso da mochila, mas sim contra o excesso de peso e a forma inadequada de carregá-la. “Isso pode provocar problemas da coluna que, às vezes, nem são percebidos de imediato, mas cujo efeito cumulativo aparecerá quando o estudante for adulto”, ressalta.
Nogueira destaca que estudantes universitários, cujo corpo já está formado, carregam menos livros que os do Ensino Fundamental. As editoras também deveriam ser preocupar com o peso final dos livros que produzem ou as escolas incentivar a utilização de fichários, além de armários nos colégios.
Para o diretor da SBOT, Carlos Vassalo, a postura inclinada para aguentar o peso de uma mochila pode provocar dores nas costas, ombros e ainda pressionar músculos e o ligamento do pescoço. “O peso excessivo ainda pode causar danos na região lombar, no joelho e também no quadril”, completa Vassalo.
Carlos Vassalo lembra que há uma grande diferença entre os efeitos nefastos de uma mochila pesada se carregada por um estudante que desce do ônibus ou do carro praticamente dentro da escola, e daquele que, morando em local mais distante, carrega a mochila por longos percursos a pé.
Cuidados
Os especialistas dão três recomendações básicas:
a) A criança não pode carregar na mochila mais do que 10% de seu peso;
b) Nunca carregá-la com apenas uma das tiras passada pelos ombros, pois isso pode provocar escoliose;
c) As tiras devem ser tensionadas para que a mochila fique bem junto ao corpo, e cinco centímetros acima da linha da cintura.